quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Naked girls reading: Um clube do livro para voyeurs?



Apesar de a leitura ser um prazer, não há nada mais chato do que um clube do livro. Aquelas reuniões, regadas a chás, em que sentam os colegas literatos prontos a disparar suas mais intelectuais observações acerca do texto escolhido. Agora, um grupo de mulheres criou uma inusitada alternativa para a leitura. Elas tiram a roupa. E lêem.
Apesar de a leitura ser um prazer, não há nada mais chato do que um clube do livro. Aquelas reuniões, regadas a chás, em que sentam os colegas literatos prontos a disparar suas mais intelectuais observações acerca do texto escolhido. Por vezes, há ainda as torturantes sessões de leituras em voz alta. Imagine, então, uma alternativa a este monótono programa. Uma espécie de clube do livro, porém mais intimista e descontraído: seus membros estariam todos nus. Interessante? É, obviamente, curioso. Talvez estimulante.
É exatamente o que faz um grupo de mulheres de Chicago denominado “Naked Girls Reading” (Garotas Nuas Lendo, em tradução literal). Trata-se de um projeto cujo intuito é oferecer uma leitura pública, de trechos de livros, por um grupo de mulheres nuas. Não há nada além disso.
O grupo foi criado por Michelle L’amour e Franky Vivid, artistas de shows burlescos que ficaram famosas com suas performances por todo o mundo. No começo de 2009, a idéia se materializou na cidade de Chicago. Após a primeira apresentação, o grupo alcançou fama pela ousadia e hoje tem uma agenda que inclui shows internacionais, além de franquias mundo afora. Os temas das leituras variam desde suspense, terror e ficção científica até poesia, leitura erótica e peças
clássicas. Ou seja, tem leitura para todos os gostos.
A apresentação é feita para um público seleto de voyeurs, por meio de fotos, vídeos e performances ao vivo. No entanto – o grupo afirma – não se deve procurar nada de decadente ou vulgar no espetáculo. O “Naked Girls Reading” "é um conceito muito simples, são garotas nuas lendo. Não há nada mais que isso e, também, não há nenhuma pretensão nisso."
Perguntei a Michelle o motivo de o grupo afirmar ser o show algo que não tem nenhuma pretensão. Algo sem pretensão seria uma garota de cachos dourados, sentada na praça, lendo um conto da fadas. Um grupo de mulheres nuas lendo para um público seleto tem muita pretensão. Seja na exibição dos corpos como entretenimento, seja na leitura como prazer coletivo. Michelle diz, por fim, que a pretensão é unir duas coisas muito belas, que se complementam: a mulher e os livros.
O grupo já atingiu um público de variados níveis - tanto aquele que busca apenas o visual, quanto aquele que busca um estímulo intelectual. É, de fato, uma nova forma de encarar os livros. Uma alternativa para o entretenimento. Alguns acham original, outros se deliciam com o conceito, para infortúnio dos puritanos. Outros acham a idéia apelativa. No entanto, Michelle afirma que quem assiste ao show tem uma experiência quase espiritual.
Por tal experiência espiritual paga-se entre 15 e 35 dólares, dependendo dos lugares. Quem quiser ficar mais próximo das moças, para ver e – supostamente – ouvir melhor, paga mais. Em Chicago, berço do espetáculo, há a opção de um ingresso por 20 dólares ou dois ingressos por 35 dólares.

in..."OBVIOUS"

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